terça-feira, 9 de agosto de 2011

Eu digo sim!

Já falei muito aqui no blog sobre casamento. Sempre para detonar. Afinal, a vida toda tive problemas com relacionamentos. Algumas leitoras vêm aqui defender o relacionamento a dois. Ótimo. Agora passo a entendê-las.
Depois de praticamente 2 separações, uma definitiva e outra que não passou de uma ameaça, desfeito um casamento e outro empurrado com a barriga durante algum tempo, aconteceram coisas que me fizeram pensar diferente.
A distância foi uma delas. Quando estamos vivendo uma rotina há praticamente dez anos, e deixamos ela levar nossa vida para a frente, ao invés de conduzirmos a vida como capitãs, tudo vai sendo encoberto por um véu de desapontamentos e reclamações mesquinhas.
Vamos deixando de ver o outro com suas qualidades e passamos a ver apenas os defeitos, as coisas que nos incomodam, nele e nas coisas que faz; o que diz, os amigos que têm e por aí afora. Como me falou uma amiga... "Até o jeito como ele pega os talheres me irrita!"
E o tempo vai passando, o trabalho e a rotina nos cobrem de poeira, até que um dia a gente tenta sair dali de qualquer forma. No meu caso, foi tendo um caso. Achei que com isso iria revolucionar minha vida.
Serviu para muita coisa. Sacudiu minhas estruturas, me fez mudar e ver que a rotina é culpa minha em primeiro lugar. Mas o tempo passou e levou o que aconteceu para o passado. Tirado o véu da rotina, pude ver certas coisas de forma diferente.
Depois de tirar um tempo para mim mesma e mudar de cidade, lutando contra minha própria acomodação em todos os sentidos - profissional, familiar, amoroso, maternal, social - senti que poderia fazer muito. Mas não queria mais fazer tudo isso sozinha.
A distância me mostrou o valor das pequenas coisas, que de perto eu não via. Senti que poderia ter uma rotina, sim, e ser feliz apesar dela. Porque tudo vira rotina. Mas ser amada pode, sim, ser uma deliciosa rotina. Dividir as coisas boas e os problemas é uma bênção. Chegar ao fim do dia e contar com a simples presença do outro é maravilhoso.
Ter uma pessoa para ajudar em tudo, com quem podemos contar nas horas ruins, que nos dá o apoio para seguir em frente, não é mais para mim confissão de fraqueza ou dependência. Hoje entendo que sempre fui forçada a ser independente, e tomei isso como lei, transformando em regra de vida.
Mas ser independente não significa apenas ser só. Ser independente também pode significar ser individual - mas ser um indivíduo com outro na sua vida. Ter seus momentos de solidão, mas deles voltar e ter alguém para nos receber, com todos nossos defeitos, loucuras e carências. Uma pessoa para nos entender e ser entendida. Para viver ao nosso lado, e não na nossa frente, para tropeçarmos a toda hora, ou atrás, para carregarmos como um peso.
Por tudo isso, e por outras coisas que estou descobrindo (entre elas que família é algo muito valioso, mesmo que seja bem pequena)... agora eu digo "Sim!" ao casamento... e ao amor!

16 comentários:

Quadro Feminino disse...

Olá!!
Gostei do seu texto!!
Muitas vezes temos tantas coisas boas e não conseguimos ver, é preciso dar uma sacudida para valorizarmos. A vida é um aprendizado e sempre é tempo para descobrir, redescobri-la!
Eu também digo sim!!!
Bjim, Ci
http://quadrofeminino.com.br/

Leon disse...

Um puta post! Boa sorte pra você, boa sorte pra nós.. boa sorte pra todos!

Afrodite disse...

Eu assino embaixo e endosso tudo que vc descreveu nesse belo texto!
O casamento tem suas dores e delícias,cabe a nós encontrar o ângulo que mais nos dá prazer!
BeijO!

Anônimo disse...

Pois é, agora você está menos radical seguindo o Taoísmo: o caminho do meio.
Achava que seu comportamento, mesmo visto daqui de longe, era de alguém ainda com maturidade emocional incompleta, em relação, pelo menos, ao outro, ao homem.

Visão/comportamento radical - por ser limitante - a meu ver, é sinal de imaturidade emocional, em algum grau, que, no geral, traz mais insatisfações que alegrias.

Enfim, uma nova mulher. E ainda aos 40. Você tem todo tempo do mundo para usufruir de seu novo "status" emocional/de maturidade.

Anda chego lá, mesmo que aos 50...rs.

Abraços,
Luiz Carlos
@lucames.

Marcia Neiva disse...

Querida... Além de ser um ótimo texto, sinto que você está bem! Feliz por você!

Anônimo disse...

Concordo plenamente. A paz tranquilidade e o amor estão no nosso dia a dia, nos pequenos prazeres. A euforia de um romance nos tira do eixo. Loucura. Mas, viver ou não viver isso?. Quando se há cumplicidade, respeito a individualidade, podemos sim sermos sós, acompanhados de um parceiro. Completos.
@40tão

Marineide Dan Ribeiro disse...

É imprudente de nossa parte dizermos "nunca"...A vida está em constante movimento e nós mudamos nossos conceito à medida que amadurecemos...

Beijão

Anônimo disse...

Olá!
Somente quem vive ou viveu situação parecida para entender tão bem um texto tão simples e totalmente objetivo. :)
Valeu! Palavras certas no momento propício!
Nani

Anônimo disse...

Olá.
Eu concordo plenamente contigo. Eu sempre digo para quem quiser ouvir que "a chave de tudo está em nós mesmos. A da felicidade também." ou "felicidade só depende de nós e nada mais". Parecem chavões de livros de auto-ajuda. Mas digo por conhecimento de causa.
Eu comparo a isto com óculos escuros. Vemos o mundo da forma como os nossos óculos são. Dependendo do grau de escuridade, podemos ver o mundo mais ou menos claro.
Eu sempre me pergunto: Por que diabos aquilo irrita em mim? Por que isto me incomoda. Dai, penso no porque de conviver com as pessoas, qual foi o meu propósito para estar com alguém. Ao relembrar nossos objetivos, nosso foco, vemos que muitas vezes, pensamos que seríamos mais felizes se as outras pessoas fossem do jeito que gostaríamos que elas fossem. e isto é a armadilha do relacionamento humano (são 3 armadilhas, de acordo com minha teoria).
Ser feliz depende de vc mesma! E vc (re)encontrou o teu rumo. Vc é a Dorothy que reencontrou o caminho de tijolos amarelos. Vc é uma mulher feliz. Parabéns por ter (re)descoberto isto!
Beijo grande e sincero!

@roberto_pacman

Anônimo disse...

Olá,
Há algum tempo acompanho o blog e adorava a irreverência, a paixão, a busca pela própria identidade que sentia lendo os artigos. Hoje, lendo esse post, me decepcionei! Senti uma desistência, uma acomodação que me fez ficar triste. Quando a rotina pode ser boa? Isso não existe... pelo menos pra mim! Ela está me matando, me aniquilando como mulher, como amante! Estou tentando me libertar dela mas está muito difícil porque o marido não concorda... e sinto cada vez mais tristeza. sinto como se ele me condenasse a uma vida chata e insuportável! Não acho que o simples afastamento mudaria o que sinto! Prefiro me rebelar, brigar por minha liberdade para acabar com essa rotina antes que ela me mate!

Anônimo disse...

O maior problema que temos é que fomos criadas para termos um marido e é isso que procuramos, quando na verdade deveríamos procurar um companheiro.
É bem mais difícil achar um, mas nada impede que um marido seja o companheiro, depende de nossa vontade de transformar isso em realidade.

beijos

Mulher de 40 disse...

Adorei todos os comentários, mas em relação ao penúltimo - anônimo - só tenho a dizer que me dei conta de que posso continuar sendo rebelde e autêntica ao lado de uma pessoa que me aceita justamente como sou, e não que deseje que eu seja uma "esposinha" tradicional, coisa que sabe que jamais serei...
Por isso que sei hoje como é bom dividir minha vida com um "companheiro", como falou a Angelike....
Beijos a todos

lugorage disse...

O seu blog é fantástico. Sou fã há um bom tempo. Parabéns.

layla disse...

disse tudo sua linda!

Nanda Botelho disse...

Acho bom a gente rever conceitos que enrijeceram em nossas mentes. Mesmo aqueles travestidos de modernos!

Acredito que , na verdade, não tem nada ruim, o que faz algo ficar desagradável, principalmente no casamento, são as expectativas irreais e imutáveis.

Estamos numa época de flexibilidade e abertura para o novo, então podemos renovar o estar casado, o ser independente e o ser dependente. Gosto da palavra co-dependente, todos precisamos de todos e podemos facilitar muito nossas vidas de colaborarmos.

Parabéns pela nova era que começa agora para vc!

Bjs!

Anônimo disse...

Sabe...Sempre acreditei no casamento..Casei 2x e separei 2X...Uma pena!Adoro a vida de casada,mas nao suporto a traiçao,a inveja,a falta de auto-estima do outro...mas mesmo depois de tudo ainda acredito no amor e no casamento e quero MUITO isso para mim mais uma vez.Bj grande pra vc e desejo que vc seja feliz,muito felizzzz

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