Aos 20 anos, eu engravidei. Mesmo solteira, porque o pai da criança não aceitou, eu estava feliz. Eu carregava em meu ventre a parte que faltava pra completar minha vida. Minha mãe me mandou embora e, na época, meu pai morava bem longe; passei a gravidez na casa das minhas tias e parentes com mochila nas costas. Até o grande dia 01/04/1999, quando veio ao mundo meu grande amor.
Como não tinha pra onde ir, a mãe do pai do meu filho fez um quartinho pra eu ficar com o Rannyer (meu filho) lá, até que eu me recuperasse do parto. Um anjo na minha vida. Ela cuidou de mim nos 40 dias de resguardo com muito amor.
Quando meu filho fez 11 meses fui morar sozinha com ele. Criei ele até os 6 anos, com uma ajudinha aqui, outra ali , mas 99% sozinha. Éramos eu e ele no mundo. No aniversário de 1 ano dele, eu já estava pesando 39 kg, completamente abaixo do peso... Mas não desisti. Trabalhei, pegava 3 ônibus para levar e 3 para trazer ele da creche, depois fazia janta (não confiava na comida da creche), arrumava meu cantinho e a gente ia dormir.
Aos 6 anos , ele precisou ir para a escola, ou seja, eu não tinha com quem deixá-lo no período em que não estava na escola. Pedi ajuda financeira ao pai dele, que me negou. Então novamente a mãe do pai dele me ofereceu ajuda. Disse que ficaria com meu pequeno durante a semana e eu buscaria ele aos finais de semana, já na época morávamos muito longe. No início pedi um tempo para pensar, chorei muito e procurei outra forma para não ter que ficar longe do meu filho.
Não encontrei. No dia da matrícula da escola dele eu tinha que dar uma resposta. Falei que eu o deixaria lá, então. Ela pediu que eu me acalmasse , pois não tiraria a guarda dele de mim, só iria me ajudar . Eu agradeci, voltei para casa ... arrumei as coisinhas dele... e levei ele para lá...
Um vazio se instalou em mim. Não conseguia mais fazer nada direito e perdi o sentido da vida . Lá estava eu tentando suicidio novamente, e desta vez quase consegui. Passei uns 30 dias internada. Quando saí do hospital, saí decidida a conseguir criar meu filho sozinha, novamente, de alguma forma.
Os anos passaram, e hoje estou noiva, quase comprando minha casa própria e morando bem pertinho da avó do meu filho. Ele já está crescidinho, então divide seu tempo entre lá e aqui. Só ainda não tenho coragem de deixá-lo sozinho em casa enquanto trabalho, por isso ele não mora definitivamente comigo.
Ainda rezo todas as noites agradecendo a dádiva de ter dado a vida a uma criança tão especial, e peço a Deus saúde para que consiga ter ele integralmente ao meu lado novamente!
Em anexo as fotos, Eu e meu Lindo Rannyer no dia do aniversario de 11 anos dele, dia 01/04/2010 ;)
Gisele Tamanini
Twitter @gitamanini
5 comentários:
Menina,
Não é só o filho que é tão especial.
A mãe também é.
E saiba:
Quanto maior a alma, maior a luta.
Continuar...
Beijucas
Parabens meu amor por essa sua historia de vida.
Tenho certeza que logo estará com seu filho e muito feliz.
Amiga
Olha nada na vida é por acaso ..tudo tem um proposito de DEUS!DEUS SARA ,CURA E RESTAURA...ELE FAZ MILAGRES ACONTECER basta vc crer.Que este DEUS maravilhoso que eu sirvo ..te dê toda vitória que vc busca.Olha só a maravilha que ele me deu(vc)como amiga .bjddddddd
Por mais "demodê" que isso possa soar, eu tenho que dizer: tu é uma guerreira.
Também engravidei aos 20, mas tive todo o apoio da família e do meu namorado (atualmente não estamos mais juntos, mas ele é um pai bem dedicado pra minha filha). Mesmo com tudo isso, quando descobri a gravidez, fiquei bem desesperada. Não sei como teria sido se estivesse na tua situação, acho que eu sou uma fracote, hehehe.
Olá, Gi! Te encontrei no DiHITT e vim até o seu blog te conhecer. Me chamou a atenção o post de mãe solteira aos 20 anos. Tenho um blog onde conto minha trajetória com minha filha de 6 meses e sou mãe solteira também. Faz uma visitinha. Estou em busca de uma troca de experiência com outras mães que estão passando ou que já passaram pelo mesmo que eu. BEIJOS. http://mae-solo.blogspot.com
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