Já me manifestei aqui no blog contra a ideia de "metade da laranja". Como entrar em um relacionamento sem ser uma pessoa inteira? Encontrei uma entrevista no site M de Mulher com o terapeuta de casal Jorge Bucay, autor do romance Amar de Olhos Abertos. Confira alguns trechos interessantes:
"O relacionamento amoroso tem um grande poder: o de nos servir de espelho (sem o qual continuaríamos cegas sobre como realmente somos) e também de alavanca (para nos tornarmos quem verdadeiramente somos). Não considero que a medida do amor seja o quanto estou disposto a me sacrificar por alguém, e sim o quanto estou disposto a desenvolver minha autonomia."
"Acontece que, quando nos apaixonamos, acreditamos que o ser amado corresponda exatamente aos nossos ideais. Mas, com o tempo, abrimos os olhos, inevitavelmente, e descobrimos que o parceiro não é como o imaginávamos. Ele é o que é. Então, nós nos frustramos a cada vez que ele não age da maneira desejada. Isso dói."
"Há, na verdade, um monstro de sete cabeças que ameaça os relacionamentos. A primeira cabeça é a ideia de que eu não posso viver sem estar enamorado; a segunda, a competição com o par; a terceira, a falta de projetos comuns; a quarta, problemas com a família do cônjuge; a quinta, a incompatibilidade de gostos; a sexta, antagonismo nas linhas ideológicas básicas; e a sétima, a rotina."
"Essa noção vem do mito de que duas pessoas são metades que, juntas, compõem uma maravilhosa e incrível unidade. Eu, particularmente, prefiro ser inteiro e ter a meu lado alguém igualmente inteiro, para, assim, enriquecermos a vida a dois. Não podemos descuidar esse ponto e deixar de ser quem somos. Afinal, a maior riqueza de conviver é a possibilidade de abrir espaço para que ambos possam ser quem são. Muitas pessoas, infelizmente, acreditam que, para estar junto de alguém, precisam renunciar a si mesmos."
"Uma relação saudável possui três pontos de apoio: o amor, a atração e a confiança. (...) Agora, se um dos três sair de cena, não haverá a parceria; talvez, o matrimônio, mas não a parceria."
"O problema não está em um dos cônjuges, mas no tipo de vínculo estabelecido entre eles. Muitas pessoas se separam e repetem com o parceiro seguinte a história nefasta que viveram no passado. (...) As pessoas se desentendem por causa da criação dos filhos, da relação com a família dele ou dela, por problemas financeiros, por disputa de poder e pelo direito de ter liberdade."
"Nós homens somos muito mais dependentes do que as mulheres, principalmente no que diz respeito a assuntos de ordem prática. Um homem se separa e, três meses depois, está vivendo com uma nova companheira. Já a mulher permanece só, aprende a fazer consertos domésticos, a se virar sozinha e, em pouco tempo, está pensando: 'Para que preciso de um homem nesta casa?' '
(Leia a matéria completa aqui.)
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