Como escolher? Entre viver com emoções ou sem?
Esta é a rotina de uma bipolar. Vou sobrevivendo, trabalhando, tomando minha medicação, e a vida vai passando como se eu fosse um vegetal. Acontecimentos que deixariam pessoas "normais" sensibilizadas não me tocam. Não tenho opiniões muito fortes sobre nada. Não me interesso por notícias. Não me interesso por sexo. Não me interesso por quase nada. Mas fico tranquila. Conformada. Mais uma noite de sono. Mais um dia de trabalho. Mais um fim de semana sem fazer nada. Mais uma semana sem fazer novas amizades. Mais um mês me afastando das pessoas. Rotina. Rotina. Rotina!
Súbito, me rebelo. Páro com a medicação. Passados 2 dias, elas começam a aparecer. Elas. As emoções. A saudade. A rebeldia. A vontade de bater em alguém. A vontade de fazer sexo, muito sexo, afinal, é muita energia represada. Começo a ter opiniões de novo. Vem a vontade de me expressar, escrever, beijar, dançar, conversar, sair, ouvir música, cantar, brigar, dar risadas, ver gente, amar, odiar, viver...
Aí vem a gangorra. De repente, estou dançando e cantando alto na sala. Em minutos estou chorando, fumando ao volante do carro, sonhando com uma estrada sem fim. Mais uns tempos controlando as emoções, consciente como posso, e chega um dia que estou quase saindo do controle. Só choro. Não tenho mais vontade de sair debaixo do cobertor.
Volto aos comprimidos. Como viver assim? Como escolher?
5 comentários:
Bom, li o texto duas vezes pra me certificar que li e interpretei corretamente. Posso, ainda assim, errar. Você foi feliz no uso do artigo indefinido. "Esta é a rotina de UMA bipolar". Se fosse "Esta é a rotina DOS bipolares", faria o texto ter nenhuma valia, pois cada bipolar é diferente do outro. Eu sou, e na minha vida existem mais 4 pessoas com bipolaridade. Nós somos completamente diferentes e estamos em estágios diferentes do Transtorno.
Me medico para depressão desde 2007 e meu diagnóstico para Transtorno Bipolar saiu somente em Fevereiro deste ano, onde foi acrescentado um antipsicótico na minha carga medicamentosa.
Creio que um bipolar nunca deva se afastar da medicação. O transtorno é incurável, pelo homem. Bipolar que não se medica, ao meu ver, não é muito responsável consigo mesmo.
Eu sempre recomendo às pessoas que anonimamente conversam comigo sobre o assunto que conversem muito com o psiquiatra e psicólogo, que encontrem profissionais que criem uma relação de empatia bacana. Eu passei por 4 psiquiatras. Um deles prescreveu uma medicação que quase destruiu minha vida e me rendeu uma das minhas duas internações em hospitais psiquiátricos. O que eu fiz? Mudei de profissional.
Sou artista e dependo das emoções pra trabalhar, então eu digo sempre pros profissionais que cuidam do meu Transtorno como as coisas andam e as dosagens dos medicamentos mudam de acordo com o que conto pra eles. Não quero perder minha personalidade, não quero perder minha criatividade, não quero vegetar e não quero perder o meu tesão nas coisas e nas pessoas. Sempre tive libido alta e é algo que quero manter nos píncaros. Sempre trabalhei com vontade, com tesão e quero que fique assim. Mas isso requer adequações da vida. Exercícios físicos, nenhum tipo de droga (afinal, já usamos o bastante pra controlar o Transtorno) e força de vontade extrema. Um bipolar pode ter uma vida absolutamente normal, basta se esforçar o suficiente pra isso. Basta conhecer o Transtorno, ler muito sobre o assunto e evitar se esconder por ser bipolar. Claro que, devido ao preconceito das pessoas, não é bom que saiamos gritando ao mundo que somos bipolares, pois soa meio que autopiedade, mas também esconder não é a solução... Enfim, parte da minha longa opinião e experiência sobre bipolaridade é essa.
Complexo sua situação, mas te digo...NUNCA , NUNCA pare de tomar medicação por conta, se não está bem, procure outro profissional e tente outros medicamentos, ser bipolar não é bom, mas tem jeito de ser feliz assim... beijos, Penélope
maniasdapenelope.blogspot.com.br
Oi querida!!!
Olha, eu tenho uma irmã e meu pai com transtorno bipolar. No começo eles reclamaram de não parecer mais com eles mesmos... Mas hoje estão muito bem e mais felizes. Minha irmã acabou de completar 40 anos e disse que este era o primeiro aniversário feliz dela... além dos remédios, ela faz terapia e Ioga, e vem controlando bem os excessos emocionais, ela não ficou sem sentir nada... Agora ela sente prazer com seus sentimentos, e quem está no comando é ela, e não mais hormônios desembestados.
Vale observar se a medicação que vc esta toamando é a mais adequada para vc, converse com seu médico/a e se ele/ela não der ouvidos troque de proficional, até a char um que combine as coisa com vc. Vc faz terapia? É preciso aprender a lidar com as emoções e saber controlá-las, no sentido de conduzir, não de reprimir. Algo me diz que seu tratamento está mal direcionado. Não era para vc ter que escolher entre apatia e exacerbação...
O primeiro questionamento deveria ser este. Será que meu tratamento esta no caminho certo?
Bjs!
Obs: A propaganda da nextel esta atrapalhando a leitura, no meu computador não aparece como retirá-la, e ela tapa o texto!
Olha, quando li o texto, parecia que quem havia escrito era eu. É assim que estou me sentindo no momento. Sou a mais velha entre seis irmãos e perdi meus pais há 16 anos atrás num intervalo de dois anos. Fiquei com meus cinco irmãos pra acabar de criar, o mais novo com 12 anos. Me formei professora e comecei a trabalhar. Literalmente "a casa caiu na minha cabeça".Depressão, psiquiatras, antidepressivos...até hoje.Meus irmãos já estão criados, tem três casados e com filhos e dois solteiros ainda moram comigo. Fiquei pra titia.Daí, então, eu me "achei" neste texto: 42 anos, solteira, sem filhos, às vezes bate uma coisa, parece que está faltando alguma coisa. Não estou lamentando, se eu for olhar à minha volta eu sou muito feliz, tenho tudo de bom, mas é um "não sei o quê" que vem de dentro da alma. Libido??? Nem sei mais o que é isso, três anos sem namorado, mas não por falta de pretendentes,o negócio é comigo mesmo.Mas é como diz o nosso amigo aí, temos que nos esforçar, a cura vem de dentro e não de fora. Temos que nos ajudar, ler mais, fazer exercícios como ele diz, nos relacionarmos mais com pessoas diferentes, fazer um curso talvez. eu tô pensando nisso. Enquanto isso, vou curtindo minha fase "titia cocota" (como meus irmãos me chamam,kkkk!!!) e vou determinando hoje o que quero pro meu futuro, por que é assim que aprendo com a filosofia que pratico. Sou budista, da BSGI,aprendendo e vencendo a cada dia, pois o mais difícil é vencer suas próprias fraquezas, vencer a si mesmo e LEVANTAR-SE SÓ!!!Um abraço a todos e boa sorte!!!
Interessante...gostei!
passa lá no meu blog tá rolando um sorteio bem interessante!!!
http://verdebem.blogspot.com.br/search/label/SORTEIO
bjs
Postar um comentário