domingo, 21 de novembro de 2010

Do sofrimento e da rebeldia

Ia começar esse post falando de minha atual fase, calma e paciente - ou quase, rsrs. Mas fiquei lembrando do furacão que foi minha vida nos últimos 24 meses e me indaguei: o que será que faz com que a gente dê uma sacudida tão forte na vida de vez em quando? E muitas vezes sem resultar em nada?
É como uma roupa velha que está guardada há muito tempo no armário, e, quando a encontramos, lembramos de tempos passados. Aí ficamos sem saber se, por não ser usada, a roupa deve ser doada, ou se, por guardar lembranças, ela deve ficar ali, enchendo os armários de coisas inúteis. Ou experimentá-la, para ver se ainda serve...
Às vezes fico observando pessoas ao meu redor, e gosto muito de falar bobagens. Sinto olhares de reprovação e penso se essa pessoa não estaria sentindo o que falo e não tem coragem de dar voz aos sentimentos. Como são pouco sinceras as pessoas! Parece que virou moda ser feliz, mesmo que só nas aparências. A maldita onda de livros de auto-ajuda... Prefiro ser sincera. Assumir as próprias mazelas é o primeiro passo para nos livrarmos delas.
Isso é particularmente bizarro em cidades pequenas, como a em que moro. A vida de todos é conhecida e, mesmo assim, insistem em manter as aparências. Olham com cara de nojo para a sua tatuagem mas não enxergam o próprio nariz. Jogam areia se você tenta fazer alguma coisa realmente legal, porque não querem sair do comodismo de não fazer nada, e não querem ser ofuscados.
Voltando ao início... sacudi, sim, a minha vida. De uma forma que mudou a minha perspectiva para o futuro. É bom isso, mesmo que doa e faça doer. A vida mostra seu verdadeiro gosto - do contrário, imagine-se comendo um doce embrulhado em plástico, sem sentir o sabor. A vida pode ser amarga também, mas é inevitável e ficar "dourando a pílula" não vai adiantar nada. Curtir a dor faz parte, e chorar bastante, e assim aliviar a dor e a auto-piedade que nos acomete.
Talvez porque ande calma, ando sem muita inspiração para escrever. Mas estarei sempre tentando, e, se puderem me enviar sugestões, agradecerei! Por enquanto, a minha rebeldia vai aparecer em arte corporal: tatuagens, piercings, tinta no cabelo... o que mais? (Quanto mais me olham de cara feia, mais eu quero chocar rsrsrs....)

2 comentários:

Leonardo Amaral disse...

Olá mulher!

É bem fato que hoje estamos na geração auto-ajuda. Me incomoda o fato de ser obrigado a ser feliz, mesmo que isso venha de encontro com coisas que gosto, pessoas que amo, etc, etc, etc. Já dizia certo samba "Tristeza não tem fim, felicidade sim". Chega a ser engraçado como são as coisas se você pensar que a sua "felicidade" as vezes pode até fazer mal aos outros - muitas vezes e pior quando é assim - que te amam também.

A gente costuma passar o rolo-compressor em tudo que aparece em nome dessa felicidade incondicional sendo que felicidade não é uma característica, e sim um estado. Chega uma hora que a gente vira vitima disso e depois que se toca de que as coisas não são tão simples e sorridentes como nos desenhos animados.

Sobre sinceridade, ela é fantástica, honrosa, ética, mas tem um preço. E se pensar porque maioria das pessoas não são sinceras, dá pra imaginar quão alto é o preço da sinceridade - e de outros valores também tais como lealdade e integridade - nessa sociedade conturbada em que vivemos. E eu acho que um dos preços mais caros é o fato de que simplesmente isto não tem mais importância. Basta nossa sinceridade afetar essa felicidade demoníaca que passamos a virar o maior pesadelo das pessoas.

Talvez as pessoas tenham mais momentos felizes se elas deixarem o sofrimento ensinar para elas o quanto vale. Talvez nos importemos menos com coisas pequenas para dar valor a coisas que o dinheiro e nem a moral compram. Mas pra isso, nos temos que levar com seriedade as lições que a dor nos dá (E se você consegue chorar, sinta-se feliz porque nunca consegui expurgar minhas chagas por meio de choro... Acho que tenho algum bloqueio - e não é por vergonha).

Sobre a inspiração, não te preocupes. A freqüência com a qual você escreve não interessa tanto. Quem realmente dá valor para o que você é sabe muito bem que até este silêncio é um fantástico post quando se sabe ler o que há.

Cheers!

Afrodite disse...

Bem...sugerir inspiração eu acho complicado...
Nem sempre o que eu gosto de falar,será o que vc está a fim de falar!
Acho que o ser humano cada vez mais se preocupa com o vizinho e esquece de prestar atenção nele!
Eu já cansei de perder meu tempo me preocupando com o que pensam de mim!Desses eu me afastei e posso te garantir:estou mais feliz agora!
Não devemos gastar nossa energia com quem não vale a pena.é perda de tempo!
Compreendo como vc se sente,mas tente desencanar com esse tipo de 'gentinha'.
São pobres de espíritos,e esses são os piores!
Beijo!
Afrodite

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