quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sensações

"Aprendi com a primavera a me deixar cortar. E a voltar sempre inteira."
Cecília Meireles
A primavera chegando é, depois do banho, você colocar o seu vestido mais confortável de verão. Sentir a brisa morna acariciando sua pele como uma mão firme que contorna sua cintura e se demora um pouco...
O corpo sai do torpor e hibernação que se encontra depois de todo o inverno debaixo de pesados casacos. As pernas nuas, livres e pálidas, sentem de novo a temperatura amena e caminham relaxadas.
O cio chega e seu corpo pede outro corpo sobre o seu. O carinho suave, depois firme, por fim urgente. As mão percorrem seu pescoço nu, seu seio é envolvido com delicadeza e seu sexo vai ficando molhado e intumescido aos poucos.
Como um novo nascimento, aos poucos você redescobre suas emoções na pele já suada. Os corpos se movem como instrumentos musicais em uma sinfonia. O sexo demora mais, o corpo sabe esperar pelo melhor.
Sente as mãos sobre você mesmo de longe. Sabe o que pode acontecer. Mergulha nas lembranças. Quer o sexo e quer o cio. Quer o corpo. Quer a paixão. O êxtase. Os sons mansos da natureza já anunciam o paraíso na terra. E em você.
"Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria."
Pablo Neruda

Um comentário:

Nanda Botelho disse...

Muito bonita a metáfora entre a mudança da natureza e as mudanças internas de uma pessoa.


Bjs!

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