quarta-feira, 18 de novembro de 2009

"Faça o que você quer!"


Adoro ler a página da Betty Milan na revista Veja. Ela também tem uma coluna chamada Consultório Sentimental na Veja.com.
Na revista de 14/10/2009, ela fala sobre o que as mulheres querem e se pergunta o que significa fazer um consultório sentimental, que tem hoje a função que a literatura tinha no passado - e ainda hoje tem, nos países onde o hábito de ler persiste.
E cita um conto de Geoffrey Chaucer em que um rapaz violou uma jovem e escapou da morte porque a rainha lhe propôs que respondesse à seguinte pergunta: "O que as mulheres mais querem?"
O rapaz saiu pelo mundo sem encontrar duas que lhe dessem a mesma resposta. Até que uma senhora de 100 anos lhe respondeu: "O que as mulheres mais querem é a liberdade. Querem ser livres para fazer o que bem entenderem." Ninguém discordou da resposta que o rapaz levou à rainha, poupando-lhe a vida.
"O conto permanece moderno, pois encerra uma verdade que não é datada sobre o desejo feminino: ele é tão indissociável da liberdade quanto o masculino. Esse é o motivo pelo qual só há entendimento verdadeiro entre os dois sexos quando o fato de um ser livre é decisivo para o outro. Nesse caso, e só nele, existe a afinidade sentimental verdadeira. 'Vá em frente, não tenha medo, faça o que você quer' é a fala amorosa que deveria uní-los. E um caminho, assim, poderia ser trilhado sem maiores 'percalços'."
Esses dias um leitor fez um comentário a respeito do post Tudo Enjoa falando que "Ser homem está cada vez mais difícil, é muita expectativa em cima de um ser. Se vocês notarem, os papéis estão se invertendo aos poucos, os homens estão cada vez mais fazendo o que a mulher fazia e as mulheres o inverso, estão se tornando verdadeiras líderes. Pois hoje em dia homem já tem que ajudar a lavar, passar, cozinhar, ser bom na cama, de beijo, carinhoso, atencioso, se vestir bem, inteligente, dotado kkk, responsável, ter dinheiro. Praticamente o homem perfeito dos quadrinhos. Eu não entendo que as mulheres realmente querem na verdade."
O que a gente quer, na verdade? Se realmente estamos conquistando tudo o que esse leitor afirma, estaríamos conquistando a liberdade? Pela qual tanto nossas mães e avós lutaram e sonharam? Ou ainda queremos um homem, como ouvi esses dias, "que não nos deixe subir nos tamancos"?
Relacionamentos dificilmente são parelhos. Geralmente a vontade de um dos dois predomina, na maior parte das questões. Isso pode ser consciente ou inconsciente. É o que chamo de "o homem da relação". Nem sempre o "homem da relação" é o homem. Do ponto de vista do leitor acima citado, o homem da relação está sendo a mulher, que está determinando tudo o que um homem tem que ser e ter para ser digno dela. Mas essa mulher é feliz assim?
Liberdade ou refúgio? Fazer o que queremos ou repartir as decisões? E agora? Eu não sei. Sempre fui o homem em meus relacionamentos. Acho que cansei. Por outro lado, não sei se deixaria que me colocassem uma coleira... e olha que já tentaram. E quem disse que para ser feliz a gente tem que ter alguém? Não fui eu, com certeza.

2 comentários:

Priscila disse...

Olá adicionei seu banner e ja conhecia seu blog, através das mulherzinhas :D ando lendo aqui rsrsrs mas sem muito tempo para comentar pois estou terminando a faculdade ;) Mas daqui a pouquinho vou sempre estar dando meu pitaco!! beijinhos

Denise disse...

Li o último parágrafo e pensei "Puxa! É exatamente o que eu escreveria!"

Ah, esses Escorpiões...

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