quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Avatar



Fui assistir ao filme Avatar. Lindíssimo. Chorei ao assistí-lo. Durante o filme, comecei a viajar nos meus pensamentos, também em parte devido ao comentário que um leitor deixou no post Momento foda-se.
Acho que durante o processo de escrever este blog, acabei criando um Avatar de mim mesma. Uma pessoa que existe em mim mas que não é a minha realidade. E quando eu estou investida no meu avatar, sou tudo aquilo que quero ser. Mas quando apago o histórico de navegação, volto a ser aquela que eu devo ser por obrigação e convenção.
Realmente, de acordo com o comentário recebido, eu tenho a sina de ser abandonada mesmo sendo a mulher da vida de alguém. Já fui abandonada e estou sendo de novo. Apesar de "criativa, ousada, apaixonada, alegre e apimentada", sou facilmente descartada. Isso acontece por que os homens não aguentam a minha natureza? Por que eu não me deixo acomodar? Já não importa mais.
Sou aqui, como disse na resposta ao comentário, uma diversão para os que me lêem. Serei facilmente esquecida assim que deixar o palco. Restarei sozinha no meu canto ao se apagarem as luzes e ao sair o último espectador. Os que dizem que pensam como eu na verdade esperam que eu fale de uma forma e aja de outra. Por que também não têm coragem de agir de maneira rebelde, embora aplaudam os que assim se manifestam.
No processo de criação desse avatar de mim mesma, fui inventando e aprofundando várias facetas, de acordo com o que sentia de retorno. Ninguém escreve um blog para não ser lido. Comecei por terapia e a coisa acabou tomando um curso próprio. Escrevia em parte o que pensava e em parte o que imaginava que agradaria a um determinado tipo de público. E tive um bom retorno, nesse sentido... descobri que no mundo blogueiro é mais ou menos como na música... o que vende mais de um milhão de cópias não presta!
Agradeço ao meus leitores e a todos que se envolveram comigo. Agora estarei iniciando uma nova etapa em minha vida, com certeza. Não sei bem ainda qual será esta etapa. Mas com certeza não paro mais de escrever, pois é uma coisa que me completa. Mas, talvez daqui para frente a Mulher de 40 seja uma pessoa diferente. Mais real? Talvez. Mais inventada? Quem sabe?

4 comentários:

Humbertomasp disse...

Que texto bonito! Que texto mais bonito! Obrigado.

Tha. disse...

Um filme simples, não em relação à tecnologia utilizada, mas às reviravoltas e até mesmo aos clichês empregados, mas que a levou a uma reflexão consistente: a linha tênue que nos divide de personagens de nós mesmos e avatares destinados às funções específicas da sociedade.
Já atuei tão bem sobre mim mesma que certas vezes me questiono acerca da veracidade de alguns pontos da minha personalidade; se eles foram natos ou só existem porque representei tão bem que fui capaz de me fazer acreditar no meu próprio ilusionismo. Filosofias à parte, o que fica é o mágico e o real condensados. Ocasionalmente e dependendo da situação um se sobrepõe, o que não invalida os demais, fato que me faz refletir sobre o porquê desse egoísmo adulto querer tanto combater os infantis amigos imaginários.

Leonardo Amaral disse...

"Realmente, de acordo com o comentário recebido, eu tenho a sina de ser abandonada mesmo sendo a mulher da vida de alguém. Já fui abandonada e estou sendo de novo. Apesar de "criativa, ousada, apaixonada, alegre e apimentada", sou facilmente descartada. Isso acontece por que os homens não aguentam a minha natureza? Por que eu não me deixo acomodar? Já não importa mais."

Estava conversando com uma amiga sobre isso esses dias: Ela teve a infeliz sorte de só pegar homens imbecis pela vida dela, o que está fazendo com que ela queira mais e mais ficar longe das pessoas porque em tese "O mundo não presta". Sinto muito, mas o planeta terra tem 6.6 bilhões de pessoas (http://pt.wikipedia.org/wiki/População_mundial). Dizer que não quer mais por opção é uma coisa, mas dizer que não quer porque está fadada a ser largada é um problema sério. Eu me sinto muito mal mesmo por gostar de uma mulher de de tanto que eu pisei na bola (Assumo) acabou desgostando de mim, e pra mim acabou sendo melhor correr atras. Mas jamais desistiria porque "não vou arrumar mulher porque sou feio". Sugestão de texto: http://caio.ueberalles.net/mulheres.txt

"Sou aqui, como disse na resposta ao comentário, uma diversão para os que me lêem. Serei facilmente esquecida assim que deixar o palco." Você não será mais lembrada, mas não vai mudar o que você agregou na minha vida - e que obviamente mudou muita coisa e não foi só pra mim. Isso ai por mais que você queira, não morre e nem se esquece não.

Imagino que você esteja numa fase bem complicada, onde rever alguns conceitos é algo obrigatório pelo próprio andar das coisas. Só nunca se esqueça que provavelmente você vai continuar aprendendo alguma coisa até o dia que morrer - e que você pode se surpreender.

P.s: A página me deu erro trocentas vezes. Se ficou zoado o comentário, reprove os outros plz.

Glorinha Castro disse...

Oi! As vezes é necessário se reinventar para ter um pouco de felicidade. Ainda que sejamos avatares de nós mesmos - isto não nos tira a sensação de bem estar. Continue pois você não promove apenas diversão,seus textos são motivadores de reflexão e consequentemente de mudanças comportamentais importantes.

Obrigada por estar patilhar conosco seus pensamentos.

Abraço virtual com carinho real.

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